OLHAR DE VIAJANTE
Por Hilda Medeiros

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Segue aqui no Blog uma entrevista que dei para um jornal e que está disponível apenas para os assinantes. Reproduzo aqui na íntegra.

- Porque sempre que voltamos de férias costumamos dizer: "De volta a realidade"? Porque acreditamos não ser real o que vivemos enquanto estávamos viajando?

HM - Muitas pessoas pensam que só podem sentir conforto quando estão de férias, descompromissadas dos afazeres diários. Essas pessoas não acreditam que podem encontrar equilíbrio no dia a dia, de modo que possam aproveitar a vida de forma plena. Geralmente passam maior parte do tempo consumida pelos afazeres. É importante ter equilíbrio entre o trabalho, família e o lazer para que a jornada seja prazerosa. Está na hora de entendermos que a vida passa rápido e não podemos viver intensamente apenas trinta dias no ano, pois se assim fizermos, no futuro, teremos muitos motivos para nos lamentarmos.

2 - Pessoas quem vivem com olhar de viajante no dia a dia, (apreciando a paisagem, as pessoas, os monumentos), são pessoas mais leves, mais felizes?

É possível afirmar, com certeza, que pessoas que vivem a vida no presente, apreciando a beleza contida em cada momento são mais predispostas a encontrar alegria nas pequenas coisas. Nossa energia flui para onde a atenção está. Se mantivermos a sabedoria de buscar o melhor do dia teremos a constante sensação de dever cumprido. Quando uma pessoa se mantem num estado emocional mais aberto, centrado, conectado consigo próprio e com o que está em sua volta, tende a resolver os problemas que aparecem com maior facilidade. As adversidades são inevitáveis, mas em estado de presença nos tornamos flexíveis, portanto mais leves.

3 - É possível desenvolver técnicas para ter um olhar de viajante no dia a dia?

A maior causa das tensões é a desconexão do corpo e da mente. O indivíduo quer algo cognitivamente, mas o corpo em estado de tensão não consegue acesso para a realização. Existem muitas técnicas que ajudam as pessoas a unir mente cognitiva, mente do corpo e a energia que está em torno. Quando estamos conectados com nossa essência, nessa união de corpo e mente, passamos a ver a vida com olhar de primeira vez. Assim como fazem as crianças.

4 - A vida adulta e a pressão social acaba limitando nossa mente, nossa imaginação a ponto de fazermos tudo no automático?

É preciso reaprender a respirar, encontrar o centro de equilíbrio e sair do piloto automático. Somos por natureza seres criativos. O problema é que diante dos obstáculos tendemos a entrar em estado de tensão, congelamento, deixando de perceber as possibilidades. Ao ficarmos paralisados diante das adversidades, deixamos de criar e passamos a repetir o passado, o conhecido. Mesmo quando essa repetição representa o caos.

5 - Como fugir do rebanho e passar a usufruir a vida com o olhar e a curiosidade de uma criança? Sem poda ou arestas? É possível? ou há riscos em agir assim na fase adulta?

Não acredito que seja possível viver sem arestas porque vivemos em sociedade. Uma criança sem limites faz birras, se joga no chão, bate a cabeça, ela quer o agora sem medir as consequências. A criança não desenvolveu ainda o senso do outro. Penso que o interessante seja encontrar a individualidade, fazer aquilo que gosta, fazer o dia valer a pena, sendo quem você realmente é. Mas é importante manter em mente que vivemos num mundo com outras pessoas e seres. Nesse sentido ter consciência de que podemos construir com nossas ações um sistema mais ecológico e integrado. Lembrando que cada pequeno gesto impacta em outros seres humanos e no meio ambiente.

6 - No livro "O Poder da Empatia" o autor ressalta que viagens com propósito reforçam a diminuição do déficit de empatia e melhora a percepção para a visão menos estreita do mundo. Só nos tornamos mais simpáticos e aberto ao mundo quando estamos de férias? Tem um pq?

Podemos pensar em viagens no sentido figurado. Quando encontramos o verdadeiro propósito de nossas vidas, naturalmente, temos mais empatia porque estamos realizando o que acreditamos ser nossa missão de vida. Quando as pessoas estão de férias elas ficam mais abertas e mais simpáticas porque estão se sentido bem com elas próprias. O outro se torna o reflexo de como estão se sentindo. Em estado de tensão as pessoas tendem a se fecharem, se comportam de forma reativa, tensa, raivosa, por consequência se mostram ao mundo com certa antipatia.

7 - Recentemente a imagem de um cavalo amarrado em uma cadeira de plástico circulou pela internet. Será que estamos sempre usando desculpas para a nossa inércia perante a vida ou falta de tempo, dinheiro, medos.... são realmente suficientes para nos segurar? Vivemos fechado para o novo ou apenas presos em cadeiras de plástico?

O cavalo é um animal muito sensível e inteligente assim como nossa mente inconsciente. Em algum momento o cavalo que hoje se deixa prender em uma cadeira de plástico tentou se libertar de uma estaca de madeira, talvez tenha se ferido ao tentar se soltar. A questão é que depois de muita luta passou a acreditar que não teria como se soltar, passou a se sentir preso e sem saída sempre que tem uma corda no pescoço. A mente do cavalo assim como a nossa mente inconsciente faz comparação e depois generaliza. Não tem estaca de madeira nem arame farpado para machucá-lo, mas a corda de plástico representa prisão, logo o pobre cavalo está preso numa armadilha imaginária. O mesmo acontece com os seres humanos. Em potência poderíamos desenvolver a capacidade de conquistar as coisas que desejamos, mas o medo do passado cria uma insegurança imaginária e assim ficamos presos em falsas crenças de que não é possível nem cogitamos tentar.

8 - Dá para mudar? quais são as dicas que você daria para alguém passar a ter um olhar de viajante

Qualquer mudança se inicia com o desejo verdadeiro de dar um basta naquilo que não se quer mais. Independente da idade ou classe social uma pessoa pode dar um basta naquilo que não tolera mais em sua vida e ousar a querer o inédito, o sagrado, a alegria de viver. Acreditar que é possível é o primeiro passo.

9 - Quando passamos a ter um olhar de viajante não necessariamente precisamos mudar de vida. É possível com pequenas atitudes já obter resultados?

O olhar de um viajante é um olhar puro, livre e apaixonado. É preciso estar disposto a se apaixonar pela vida, isso parece simples, mas não é fácil. Primeiramente é preciso entender se você está vivendo a vida que escolheu para viver. Se a resposta for sim, isto é, se trabalha com o que gosta, tem a pessoa que você ama ao seu lado, se está com o corpo que deseja, etc. é possível que faltem pequenos ajustes, como por exemplo: administrar melhor o tempo, ter mais lazer. Porém a maioria das pessoas que tem um descompasso muito grande entre férias e trabalho, geralmente não estão satisfeitas com a vida que estão levando. Nesse caso é preciso entender qual área da vida não vai bem. Se é a profissional, a amorosa, a saúde, o financeiro, etc. Depois de identificar o que não está bem é preciso ter coragem para fazer as mudanças necessárias para se chegar em um destino que faça sentido e traga felicidade. Pequenas atitudes podem mudar o mundo, mas somente um plano de ação bem organizado pode fazer com que um desejo se torne real.

10 - O quanto é importante abandonarmos o olhar frio para o dia a dia?

A temperatura do olhar que damos para o dia é feita pelas escolhas que fazemos momento a momento. Gratidão é uma das chaves para aquecer os corações.

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Hilda Medeiros é Terapeuta e Coach. Atende em consultório ou via online. RECEBA TÉCNICAS, VÍDEOS E CONTEÚDOS EXCLUSIVOS.

Mairo Vergara
CONHEÇA HILDA MEDEIROSHilda Medeiros é Terapeuta e Coach há cerca de quinze anos e nesse período atendeu inúmeras pessoas em seu consultório e através de palestras corporativas.
Por ter uma alma inquieta e querer conhecer o comportamento humano, fez graduação em filosofia e mestrado em literatura, áreas provocativas relativas a condição humana. Mas foi no estudo de técnicas poderosas como a PNL (Programação Neurolingüística), TLT (Terapia da Linha do Tempo - certified pela Time Line Therapy Association), Coaching , Hipnose Ericksoniana e Coaching Generativo (IAGC- International Association for Generative Change), que Hilda cumpre sua maior missão: Ajudar as pessoas a se libertarem de crenças e hábitos limitantes, que bloqueiam a possibilidade de vidas plenas e felizes. E como se diz: Missão dada é missão cumprida.
Hilda Medeiros - Coach e Terapeuta - Atendimento presencial e online. Ministra Palestras, Workshops e Treinamentos pelo Brasil. 
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